sábado, 27 de dezembro de 2008

Quentin Tarantino: À prova da crítica


Os filmes de Quentin Tarantino deram-lhe fama imediata. São marcados por falar do submundo, sempre mesclando doses de humor e uma abordagem irônica e inteligente à violência no cinema. Revolucionou a indústria de filmes independentes na década de 90, mostrando que estes filmes também são rentáveis.

Em 27 de março de 1963, no Tennessee, Estados Unidos, nasceu o mais famoso dos diretores por trás da revolução de filmes independentes, Quentin Jerome Tarantino.

Diretor, ator e roteirista com vasto conhecimento em crítica e história do cinema, especialista em filmes estrangeiros, de gênero e pouco conhecidos. Sua paixão por estes estilos de cinema reflete em seus trabalhos. Em seus filmes o estilo, histórias ou diálogos fazem referências a outros filmes ou gêneros diferentes de cinema. Alguns críticos consideram suas idéias plágio, desconsideram que o cinema de Tarantino é o de homenagens. "Eu nunca freqüentei a escola de cinema. Eu freqüentei o cinema”, disse. Alcançou a fama rapidamente por seus roteiros de cronologia fragmentada, diálogos afiados e memoráveis, obsessão pela cultura pop e o uso de violência que trouxeram um novo padrão de filmes norte-americanos.

Quentin Tarantino chegou a atuar em diversas séries da TV americana antes de estrear como diretor em “Cães de Aluguel”, captou recursos para o filme vendendo dois roteiros seus que se tornariam sucessos em Hollywood, “Amor à Queima-Roupa” (1993), de Tony Scott, e “Assassinos por Natureza” (1994), de Oliver Stone. Atuou em alguns filmes de destaque, como “A Balada do Pistoleiro” (1995) e ”Um Drink no Inferno” (1996). O famoso “Pulp Fiction - Tempo de Violência” ressuscitou a carreira de John Travolta, deu novo impulso para Samuel L. Jackson e Uma Thurman, e ainda rendeu a Tarantino a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1994 junto com “Sexo, mentiras e videotape”, de Steven Soderbergh e “Roger e eu”, de Michael Moore, além do Oscar de Melhor Roteiro Original e indicação na categoria de Melhor Filme.

Escreveu e dirigiu a saga vingativa “Kill Bill”, filme lançado em duas partes, com influência dos filmes japoneses, de faroeste, de terror italianos e de artes marciais chineses. O filme é baseado em uma personagem chamada A Noiva, que Tarantino criou conjuntamente com a atriz principal deste filme, Uma Thurman, durante as filmagens de “Pulp Fiction”. No último filme, "À prova de morte", sua metade em "Grindhouse”, homenageou os filmes "B" de horror recebendo excelentes críticas.

Filmografia

2008 - Inglorious Bastards (anunciado)

2007 - À prova de morte (Death proof)

2005 - Sin City - A cidade do pecado (Sin City)

2004 - Kill Bill - Volume 2 (Kill Bill: Vol. 2)

2003 - Kill Bill - Volume 1 (Kill Bill: Vol. 1)

1997 - Jackie Brown (Jackie Brown)

1995 - Grande Hotel (Four Rooms) (Episódio - O Homem de Hollywood)

1994 - Pulp Fiction - Tempo de Violência (Pulp fiction)

1992 - Cães de Aluguel (Reservoir dogs)

Ouça e veja aqui Selton Mello e Seu Jorge em “O Código Tarantino”:


segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Brilhante Stanley Kubrick


O rigor na escolha dos temas, seu método meticuloso e a personalidade reclusa, criaram expectativa especial a cada novo filme de um dos mais polêmicos cineastas americanos, Stanley Kubrick. Três de seus filmes, “2001: Uma Odisséia no Espaço”, “Dr. Fantástico” e “A Laranja Mecânica”, estão listados entre os 100 melhores filmes de todos os tempos, pelo respeitado American Film Institute.


Nascido em Nova Iorque no dia 26 de julho de 1928, Kubrick estreou como cineasta de curtas-metragens aos 22 anos. Em “Glória feita de sangue” fez um dos filmes anti-guerra mais poderosos que o mundo do cinema já viu. Apesar das excelentes críticas foi proibido em alguns países e Kubrick decidiu que dali por diante só iria aceitar projetos que pudesse ter total liberdade criativa. E foi com esse pensamento que se mudou para a Inglaterra em 1962. No mesmo ano começam as filmagens de “Lolita”, humor corrosivo sobre o romance de Vladimir Nabokov. Sua postura antibélica está em “Dr. Fantástico” com Peter Sellers, uma comédia de humor negro com atuações e roteiro primorosos abordando a ameaça nuclear. Foram necessários cinco anos de produção para o desenvolvimento de “2001: Uma Odisséia no Espaço”, para a American Film Institute, a melhor ficção científica já filmada. Em “A Laranja Mecânica” jovens alienados sofrem lavagem cerebral, visão sombria de Kubrick sobre o futuro do Reino Unido. “Barry Lyndon” apesar de ser pouco conhecido, é considerado por muito dos fãs de Kubrick, entre eles Martin Scorsese, como seu melhor trabalho. Sucesso mundial “O Iluminado” explora a loucura. “Nascido Para Matar” retrata o brutal treinamento militar para uma guerra sem sentido (Vietnã). Kubrick faleceu no dia 7 de março de 1999 em Hertfordshire, Inglaterra. O último projeto cinematográfico em que esteve envolvido, mas que por questões de saúde não dirigiu, foi AI: Inteligência Artificial, de Steven Spielberg.

FILMOGRAFIA

1999 - De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut)

1987 - Nascido Para Matar (Full Metal Jacket)

1980 - O Iluminado (The Shining)

1975 - Barry Lyndon (Barry Lyndon)

1971 - A Laranja Mecânica (A Clockwork Orange)

1968 - 2001: Uma Odisséia No Espaço (2001: A Space Odissey)

1963 - Dr. Fantástico (Dr. Strangelove Or: How I Learned To - Stop Worrying and Love the Bomb)

1962 – Lolita (Lolita)

1960 – Spartacus (Spartacus)

1957 - Glória Feita de Sangue (Paths of Glory)

1956 - O Grande Golpe (The Killing)

1955 - A Morte Passou Por Perto (Killer's Kiss)

1953 - Fear and Desire

Ouça e veja aqui depoimentos de grandes nomes sobre Stanley Kubrick:

A doce vida de Fellini


A vida e sonhos eram materiais preciosos para os filmes de Frederico Fellini. Seus filmes variam da comédia ao drama proporcionando grandes obras que nos afastam da dura realidade, panacéia de uma Itália dominada por Mussolini e o Papa Pio XII


20 de janeiro de 1920 nasce em Rimini, um dos mais importantes cineastas italianos, Frederico Fellini. Após mudar-se para Roma em 1938, por 12 anos Fellini escreveu roteiros, vários para Roberto Rossellini que também o convidou para ajudá-lo em “Roma, Cidade Aberta” (1945), seu relato neo-realista da presença nazista na capital. Diferente deste, porém, nunca foi neo-realista e criou sua própria mitologia quando começou a dirigir estreando Mulheres e Luzes (1950). “Se o cinema não existisse, talvez eu fosse diretor de circo”, dizia, como metáfora a realidade o circo está em seus filmes. Fellini criou um mundo semelhante ao circo, povoado de palhaços grotescos ou ingênuos. Com “Os Boas Vidas” (1953), um estudo autobiográfico de adolescentes entediados, recebeu aclamações da crítica e do público. “A Estrada da Vida”, no ano seguinte, ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Seus mais famosos são “A Doce Vida” (1960) e “Fellini Oito e meio” (1963). Suas imagens ostensivamente poéticas e exuberantes influenciaram gerações de cineastas e criaram o termo felliniano. Nos anos 70, voltou a mostrar o vigor de seu talento com “Arnarcord” (1973), que lhe deu o quarto Oscar. Em “Entrevista” e “Ginger e Fred” (1986) dedicou-se a mostrar seu amor pelo cinema. Fellini faleceu em 31 de outubro de 1993 e ficou eternizado pela poesia de seus filmes, que mesmo quando faziam sérias críticas a sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer.

FILMOGRAFIA

1989 - A Voz da Lua (La Voce Della Luna)

1987 - Entrevista (Intervista)

1985 - Ginger e Fred (Ginger e Fred)

1983 - E la Nave Va (E la Nave Va)

1980 - A Cidade das Mulheres (La Città Delle Donne)

1976 - Casanova de Fellini (Casanova)

1974 - Amarcord (Amarcord)

1972 - Roma de Fellini (Roma)

1969 - Fellini-Satyricon (Satyricon)

1968 - Histórias Extraordinárias (Tre Passi nel Delirio)

1965 - Julieta dos Espíritos (Giulietta Degli Spiriti)

1963 - 8 1/2 (Otto e Mezzo)

1962 - Boccaccio 70 (Boccaccio '70)

1960 - A Doce Vida (La Dolce Vita)

1957 - As Noites de Cabíria (Le Notti di Cabiria)

1955 - A Trapaça (Il Bidone)

1954 - A Estrada da Vida (La Strada)

1953 - Os Boas Vidas (I Vitelloni)

1953 - L'Amore in Città (episódio "Un Agenzia Matrimoniale")

1952 - Abismo de um Sonho (Lo Sceicco Bianco)

1950 - Mulheres e Luzes (Luci del Varietà)